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domingo, 28 de abril de 2013

Death Note pode ser banido na Rússia


death noteDeath Note, mangá lançado em 2003 no Japão, ainda é alvo de polêmica ao redor do mundo. Já proibido em escolas na China e fonte de controvérsia em diversos países, o título desta vez causou discussão na Rússia, onde recentemente teve seu banimento requerido pela Organização de Pais da federação.
O presidente Vladimir Putin recebeu uma carta aberta com o pedido, a qual alega que o título é uma má influência às crianças e solicita uma regularização de todas as adaptações relacionadas à obra. A controvérsia surgiu a partir de uma ocorrência registrada em 20 de fevereiro na cidade de Yekaterinburg, em que uma menina de 15 anos pulou do 13º andar de um prédio.
A polícia encontrou no quarto da jovem uma anotação, escrito “Não consigo mais viver”, junto a quatro volumes do mangá de Death Note. A investigação estava trabalhando com a possibilidade de uma conexão entre a causa que levou ao ato e a obra, que foi lançada no país em 2012. O ato da garota lembra uma das cenas finais do mangá, a qual sugere que a personagem Misa Amane dá cabo à própria vida pulando do alto de um prédio.
Ainda há um caso, ocorrido na Bélgica em 2007, em que o suspeito deixou no local do crime um bilhete com a frase “Watashi wa Kira desu” (“Eu sou o Kira”). Esse próprio caso é sugerido no mangá Bakuman, dos mesmos autores de Death Note, em que os protagonistas, que são mangakás, lidam com as notícias de que bilhetes, com referência a uma polêmica obra sua, eram deixados nos locais de crimes.
A mídia da Rússia vem destacando uma série de pessoas que tiraram a própria vida possivelmente ligadas a obsessão por animes e demais produções japonesas. Foram constatados no país pelo menos seis casos parecidos no ano passado em que as pessoas tinham interesse por cultura japonesa. Na época, a rádio estatal A Voz da Rússia atribuiu, de forma parcial, os atos aos animes.
Nos últimos anos, há uma crescente onda de sanções contra temas polêmicos por parte do governo russo, influenciado por entidades sociais e religiosas. Os defensores dos direitos humanos apontam violações destes pelo presidente Vladimir Putin, como a privação da liberdade de reunião, quando desagrada o governo. Reflexo disso na área do entretenimento é a “lei de proteção à criança”, que proíbe TVs de exibirem antes das 23h atrações consideradas impróprias, desde violência até a mera representação de cigarros.
De acordo com a Unicef, a Rússia é o terceiro país com o maior número de jovens tirando a própria vida, depois de Belarus e do Cazaquistão, não por acaso, ex-membros da União Soviética.

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