Rebuliço,
rebuliço! Notícias bombasticamente chocantes viajando pelas mídias gamers de
toda a
interwebs me fizeram mais uma vez (de novo e de novo) refletir se eu é que sou meio doida ou há algo de muito errado nesse país. Claro, CLARO, Brasil sem polêmica não é Brasil. Não posso nem voltar direito das minhas férias e já recebo uma notícia dessas na minha cara...
interwebs me fizeram mais uma vez (de novo e de novo) refletir se eu é que sou meio doida ou há algo de muito errado nesse país. Claro, CLARO, Brasil sem polêmica não é Brasil. Não posso nem voltar direito das minhas férias e já recebo uma notícia dessas na minha cara...
Para que ainda não está sabendo, a nossa Ministra da Cultura, Relaxa e Goza
Marta Suplicy afirmou durante um discurso acerca do “Vale-Cultura” (benefício
de R$50 concedido ao cidadão para ser utilizado nas mais diversas atividades
culturais) que videogames não estariam inclusos nesse pacote. Ora, mas por que
é que os games não estão inclusos neste pacote, você se pergunta? Porque, para
a Ministra, games não são cultura.
Antes que eu tenha um piripaque e morra, vamos rever alguns fatos aqui: Primeiro,
o que é Cultura?
“Aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a
moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos
pelo homem como membro da sociedade; Cultura é também associada, comumente, a
altas formas de manifestação artística e/ou técnica da humanidade”.
Convenhamos, nem todos os jogos poderiam entrar para essa categoria de “arte”.
Da mesma forma que existem “livros bons” e “livros ruins”, “filmes bons” e
“filmes ruins”, isso também poderia ser aplicado ao caso dos videogames. Games
são repletos de carga intelectual e cultural, sejam daqui ou de fora, além de
serem produtos da cultura humana. Se ela afirma que os jogos não são cultura, o
que é então cultura para ela? Se algo que possui enredo, imagem, música e interação não
é arte ou sequer cultura, teremos que rever vários conceitos e itens que
receberam aprovação do Governo para figurarem no “Vale-Cultura”.
Mas é claro que a ação da Ministra da Cultura não ficou só por isso, e gerou revolta nas redes sociais. Empresas e Faculdades de pesquisa e desenvolvimento de jogos eletrônicos já enviaram suas cartas em resposta à decisão de Suplicy (como a ACIGAMES e o Curso de Tecnologia em Jogos Digitais da Faculdade deTecnologia de São Caetano do Sul). E, para ver como o episódio acabou repercutindo até mesmo fora do país, a Square Enix (Final Fantasy, gente!) soube de todo o rebuliço do assunto no Brasil e gentilmente enviou à nossa Ministra através de sua filial latino americana uma cópia do CD “Distant Worlds: Music from Final Fantasy” (álbum de músicas orquestradas de músicas da famosa série) e o artbook “Japan”, de autoria de Yoshitaka Amano (ilustrador da mesma série, além de muitos outros trabalhos importantes).
E, se isso não for suficiente para mudar a visão da Ministra, que tal falarmos
sobre o MoMA (Museu de Arte Moderna de New York)?
Não sei se ela sabe, mas a
mais nova exposição permanente do local é sobre nada mais, nada menos do
que os games, que são, de acordo com o anúncio oficial, "exemplos excepcionais de design interativo"
e "expressões mais importantes da criatividade em design contemporâneo; nossos
critérios enfatizam não somente a qualidade visual e estética da experiência de
cada jogo, mas também vários outros aspectos, como a elegância do código até o
planejamento do comportamento do jogador - que pertence ao design de interação”.
E então, Ministra Suplicy? Que tal criarmos um novo bordão para você?
“Relaxa e Joga!”
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