Capítulo 32
Snake e Carol estava lutando em meio a um mar de lobos. Eles faziam jus à fama deles.Era impressionante ver os movimentos de lutas deles. Carol usava seu poder a parecia esmagar alguns lobos sem nem mesmo encostar-se a eles, e quando algum se aproximava demais ela o teleportava para um pouco mais distante, e assim decepava outros com sua katana.
Snake, por sua vez usava golpes com os punhos, cotovelos, pés, joelhos, pareciam golpes mais artísticos que de artes marciais. Quem não o via entre os lobos achariam que eles estavam apanhando para um golfinho, pelo som que Snake emitia toda vez que dava golpes com empolgação. Às vezes ele usava uma pistola de tiros luminosos e muito rápidos e chovia tiros nos lobos. Ele colocava o braço cuja mão segurava a pistola na direção dos lobos enquanto parecia uma chaleira com a mão posta em punho apoiado na cintura do lado oposto à mão que atirava, parecendo uma alça em seu corpo. Ele sorria e atirava, sorria e batia, sorria e emitia sons de golfinho. Carol estava meio incomodada com isso, cada grito de golfinho emitido por Snake, ela se distraia e apanhava um pouco dos lobos.
Estranhamente os lobos não se aproximavam de Marku caído e Keiser ao seu lado. O motivo era que quando os lobos se aproximavam Keiser aproveitava que a mente deles era confusa por ser uma única mente para vários corpos e criava a ilusão de que ali não tinha ninguém.
A luta continuava mas os lobos não paravam de se multiplicar. Keiser observava atento. Estava procurando algo.
Snake e a moderadora chegaram a mencionar em pensamento que Keiser era um inútil, e ele ouviu os pensamentos deles, mas não se incomodou. Sabia que não era inútil, e não estava sendo inútil agora.
Houve um momento engraçado em que o estresse da moderadora Carol, ao ouvir os gritos de golfinhos de Snake a fez usar seu poder em um nível surpreendente. Seus olhos pareceram flamejar de tanto estresse, havia cansado de se distrair com os gritos dele e apanhar dos lobos por conseqüência.
Carol: PÔ! DA PRA PARAR?!?!?!?!
Snake a olhou sem entender, ia responder algo, mas sua atenção mudou quando percebeu que não conseguia se mover. Nada se movia há metros a partir dali. Nem ele nem os lobos, nem nada. Nenhuma mosca sequer batia asas, embora continuasse no ar. Ele reconheceu que tudo estava reagindo à intervenção da moderadora na enco daquela área. Tudo estava parado, como se congelado no espaço-tempo. Nada se movia. Apenas os pensamentos continuavam. Carol nem percebeu o que fez, e quando percebeu tudo voltou ao normal. Logo ela estava tendo que teleportar para sair do bolo de lobos que se formou encima dela.
Snake também foi atacado por uma massa enorme de lobos, mas se defendeu criando uma espécie de campo magnético repulsivo em torno de si, lançando os lobos a certa distância, afastando-os dele. E a pancadaria recomeçou.
Esse momento ‘congelado’ criado acidentalmente pela moderadora deu uma brecha importante para Keiser. Ele encontrou o núcleo da mente dos lobos.
Keiser: Te encontrei Veritas!
Imediatamente todos os lobos na cidade inteira ficaram parados, com o olhar distante. Pareciam estar dormindo.
Até Plez, Nanda e Bakura se espantaram quando os lobos pararam de correr, e os que estavam nas paredes caíram como frutas maduras.
Snake e Carol logo viram que Keiser havia prendido Veritas numa profunda ilusão. A moderadora chegou a sentir medo do que ele poderia estar vendo nessa ilusão, pois os olhos dos lobos emanavam pavor de algo. Parecia um pesadelo cruciante.
Para Veritas, tudo o que estava acontecendo era que ele, na sua forma humana estava sendo torturado por várias caveiras demoníacas, ardendo num fogo infernal.
Keiser caminhou lentamente até o centro de onde vários lobos estavam aglomerados. Levantou o braço lentamente apontando o dedo no focinho de um deles.
Keiser: Você, aí está o verdadeiro, o núcleo.
Veritas se desvencilhou, não completamente, da ilusão, ainda estava aturdido, mas distinguia bem o real do irreal.
Com olhos frente a frente com o dedo apontado daquele homem cabeludo á sua frente, cuja face se confundia com a das caveiras de sua ilusão torturante, o lobo abriu enormes asas. Asas lindas que fizeram Snake e Carol suspirarem com a beleza delas.
A criação de Face estava com medo, muito medo. Logo em seguida, das costas do lobo, junto com as asas, rasgou-se a pele saindo de dentro dele um outro corpo com cara de lobo, tronco de homem e asas que lembravam um anjo. Tirando o fato das asas, era sem duvida nenhuma o mesmo Veritas que o moderador Marku enfrentara.
Saiu voando com medo. Todos os lobos se desmancharam como poeira no ar.
Nesse momento o jipe com Nanda e Plez, e Bakura correndo ao lado se aproximavam.
Bakura viu Veritas na sua nova forma, suas asas... agora ele compreendia o significado de anjo, e realmente viu a diferença entre eles, criações de Face, e os humanos ou mutantes criados pela G.X.T.. Era enorme. Ele viu a regeneração dos lobos e soube que todos eles eram um único ser. Um poder muito grande.
O anjo Veritas voava para sua fuga, assim como Seraf, anjo também, ambos criações do agora descoberto como vilão, Mr Face.
Carol: Não vai fugir!
Ela se teleportou em queda livre para o ar, frente a frente com Veritas. Com um único movimento de braço ela teleportou um ônibus que estava estacionado no lado direito da rua, como se o segurasse em suas mãos agora, fazendo-o acertar Veritas com força, lançando-o para baixo.
Em queda, Veritas preparou suas asas para continuar voando.
Bakura queria ajudar, mas estava sem adagas teleportadoras. Plez as tinha, todos os soldados mais próximos da moderadora Carol possuíam essas adagas confeccionadas por ela.
Essas adagas teleportam seu usuário ou apenas a concentração de enco deles, caso queiram, assim, com essa possibilidade Plez fez sua ação.
Lançou com toda sua força duas adagas, de maneira que ambas encravassem, cada uma delas, em um das asas do tal anjo lupino. Veritas estava caindo de costas à direção que se encontrava Plez e os outros, não viu as adagas se aproximarem. Desviou uma. A outra encravou.
O soldado que lançara as adagas usou sua concentração de enco que o permitia mudar a estrutura de qualquer massa e fez a assa de Veritas se atrofiar e apodrecer soltando-se violentamente parecendo um pedaço de gesso ao cair das costas dele.
Veritas não segurou-se no ar, mas tentou regenerar rapidamente sua asa. Fio em vão logo estava recebendo uma chuva de tiros de pistolas. Bakura atirava nele sem parar. Os tiros o machucavam, mas não eram letais como seriam em uma pessoa comum, ou até mesmo na maioria dos mutantes e soldados da G.X.T., embora doessem o bastante para desconcentrá-lo, assim como a ilusão que o torturava, criada por Keiser que ainda não cessara. Dor por fora, dor por dentro.
Logo um tiro de bazuca acompanhado de um grito de comemoração de Nanda.
Veritas foi parar encravado na parede e um prédio. Nada continuou atirando com a bazuca freneticamente enquanto gritava para que ele morresse logo. Mais uma vez Plez teve medo dela.
A criação de Face parecia chorar enquanto voltava à sua forma humana. Bakura pode ver com seus olhos aprimorados os lábios daquele homem nu encravado na parede daquele prédio dizendo: “Eu te amo pai, me desculpa, mas no final a verdade é que tenho medo de morrer.”, o coração do ex-moderador apertou. De fato Bakura viu lagrimas escorrendo dos olhos dele e um olhar de medo que somente uma criança que acorda assustada com medo do bicho papão tem, quando Veritas olhou para Snake tão próximo dele quando o ar de sua pele.
Snake o pegou pela cabeça caindo em queda livre até o calçamento batendo a cabeça do anjo com tanta força no chão a ponto de criar uma cratera, em seguida caiu de cotovelo sobre a coluna dele afundando-o numa cratera maior. Nesse momento o rosto ensangüentado de Veritas se ergueu da cratera. Sangue a lágrimas escorriam de um rosto que agora parecia infantil e doce, de apenas um humano indefeso e frágil que mais uma vez pronunciou a palavra pai em desespero e medo. Bakura viu novamente seu rosto e seus lábios.
Snake se afastou dele Carol se projetou à sua frente, o ergueu de sua cratera pessoal pela garganta.
Carol: Vamos ver se você se regenera de milhões de pedaços!
Agora foi possível ouvir soluços abafados do homem chorão no qual Veritas havia se tornado.
Tudo terminado Veritas agora era apenas uma lembrança e uma sujeira na calçada.
Nanda pode perceber, ao olhar para o lado, que Bakura derramava lágrimas e pareceu consentir com ele. Lágrimas saíram de seus olhos também.
Bakura: No final ele era apenas uma criança criada em laboratório por Face. Apenas uma criança obediente ao seu pai, mas uma criança...
Snake bateu suas roupas: Uh! Noite agitada! Deu até fome.
Mas a noite já não era mais tão evidente, os primeiro raios de sol do dia já apareciam. E Face ainda estava no reator... será?
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